quinta-feira, 9 de setembro de 2010

LONDRES

Este post não vai tratar de dicas de Londres para viajantes. Definitivamente não.
Londres é tão "centro do mundo" que vc sequer precisa de um guia para visitá-la. Jogue "Londres" no google e boa viagem (aliás, se vc clicar no título, vai pro blog de viagens que mais curto o Rodei (self planning trips), com dicas fresquíssimas e quentíssimas rsrs sobre Londres).
Vou falar de sentimentos e experiências, ainda que efêmeros todos. E juntar todos os assuntos deste blog: viagem, culinária e cinema.

Escrevo ainda sob o impacto de assistir a "Jean Charles". Eu enrolei muito pra ver esse filme pq, embora confiando 100% no Selton Mello, achei que seria uma coisa meio "Independência ou Morte" com Tarcísio Meira (todo mundo lembra da sessão da tarde do dia 7 de setembro na infância...era sempre esse filme...). Pois definitivamente não é.

Se tem uma coisa que eu adoro quando volto de viagem é assistir a filmes, ler livros que tratem dos lugares onde estive. É sempre assim...guias e História antes, filmes e livros depois. Bem, isso não funcionou muito com a Turquia, já que eu não consegui terminar Neve...ganhou o Nobel mas eu não consegui, achei chato demais, mas bons livros merecem novas chances, este vai ter uma. Assim também foi com Paris (vou fazer um post especial, é claro) quando passei meses só pensando na revolução francesa, rs.

Voltando a "Jean Charles", eu tinha medo de que fosse uma babaquice, que o filme transformasse o cara num herói, num mártir. Mas não, muito ao contrário. O roteirista e diretor, e obviamente o Selton Mello, fizeram um Jean Charles totalmente humano, com muuuitos defeitos e muitas virtudes também, defeitos e virtudes essas que nada tiveram a ver com a estupidez de seu assassinato (essa pra mim é a melhor expressão para definir o episódio que chamam de "a morte" e foi usada pela Vanessa Giácomo (a prima Vivian) com toda propriedade). Um ser humano normal assassinado pela estupidez humana de pessoas desesperadas por não saberem lidar com atos estúpidos de outros seres humanos...isso é muito bem retratado no filme. Eu adorei, e chorei um monte.

 

E é também um filme sobre sonhar, acreditar nos seus sonhos e correr, correr muito atrás deles.
Interessante que em determinado momento do filme, no qual aparecem brasileiros "de verdade" e não atores, o Jean diz que brasileiro em Londres é como gremlin: "se jogar água aparecem mais 300".

E foi exatamente essa a sensação que tivemos. Não teve nenhum restaurante onde entrássemos que não tivesse ao menos um garçom brasileiro (isso inclui o restaurante do hotel, com quatro), e que ao nos ouvir falar, vinha correndo se apresentar aos "conterrâneos" e, de um modo semelhante, mas muito mais forte, do que em qualquer outro lugar do mundo onde encontrei brasileiros imigrantes, numa aproximação quase íntima, com tom de desabafo, pela única razão de sermos todos brasileiros.

Aliás esse lance de usar "gente de verdade", inclusive a prima Pat do Jean, dá um ar de documentário ao filme muito legal. Uma forma que me pareceu superadequada pra tratar de uma biografia, especialmente da biografia de alguém que teve uma vida absolutamente comum, e comum a de tantas outras pessoas.
É claro que não é uma obra-prima...tem imagens óóóbvias de Londres por exemplo, mas é difícil não ter né?

E por falar em restaurantes e imagens de Londres....se vc estiver em Londres certamente irá ao Tate Modern. Eu não gosto de arte contemporânea, mas valeu a visita pelos "modernos". Eu sou muito, mas muito mais a The National Gallery. Uma vez no Tate, aproveite para ir ao restaurante do último andar. Ainda que vc não vá almoçar lá, a vista é imperdível...aliás isso vc já deve ter lido em algum guia ou blog. Mas a experiência gastronômica também vale...e eu registrei para vcs.
Aqui o famoso fish and chips, o típico prato inglês, devidamente traçado e fotografado pela Natú, já que eu não suporto peixe! No restaurante do Tate ele recebeu o chiquéééérrimo nome de "beer-battered cornish haddock with chips, tartare sauce and mushy peas." Uau!

foto de Val Ebide

Pra mim, as usual, não tinha nada de muito interessante pra comer...não é culpa do restaurante mas sim das minhas restrições gastronômicas que são muitas e que, apesar de tanto viajar, não consigo superar. Então, de notável, a sobremesa: nectarinas grelhadas com pistache caramelizado e sorvete de lavanda. Eu adorei! A Soraya provou e odiou, disse que parecia sorvete de sabonete...é, é beem diferente. Quem quiser provar algo semelhante aproveite o restaurante week que rola em Sampa até a próxima semana. O restaurante Picchi serve uma sobremesa no cardápio especial da week: abacaxi com calda de lavanda  Mas, independente do sabor, era bem bonita. Não acham?

foto de Val Ebide

E como eu não estou aqui de brincadeira (ahã), é só clicar e vc terá uma receita do mixirica.com de muffins de limão e lavanda pra testar vc mesmo...

E falando em museus, fomos ao VAM, o Victoria and Albert Museum, para ver uma exposição de vestidos, jóias, bolsas e chapéus de Grace Kelly. A exposição era minúscula e, apesar de curtirmos o que deu pra ver, decepcionou. Pena, pois não havia tempo de ver o resto do museu. Fica pra próxima...sim, pq eu vou voltar a Londres e não será só uma vez...

Em um pub (dá pra não ir a um pub em Londres??), que parece ser uma rede pq vimos vários por toda a cidade, o Duke of Wellington, provamos uma cerveja sensacional com gengibre. Servida com muito gelo no copo. É algo absolutamente bizarro para nós, mas juro que é deliciosa...taí pra vcs verem...vou tentar achar no Brasil...será que o Frangó tem?

foto de Val Ebide

Mas isto foi depois de jantarmos em um simpático restaurante italiano o Mediterrâneo na Kensigton Park Road, paralela à famosérrima Portobello Road. Como todos os guias vão dizer a vc, a região (Notting Hill) é mesmo um charme, mas esse pedacinho exatamente é uma espécie de Little Italy londrina, com muuuita gente falando italiano, aliás (o "Portobello" não deve ser à toa..). Seja civilizado e faça uma reserva ... se vc já foi a Europa sabe como é...sem reserva e se for muito tarde, simplesmente não come.

Isso me fez lembrar que preciso rever Um Lugar chamado Notting Hill. Vale nem que seja pela belíssima cena das estações do ano passando enquanto o Hugh Grant passeia pela feirinha da Portobello Road...ou, pra lembrar da música.. sheeeeee, maybe the face I can't forget...

Nosso hotel, o The Caesar, de excelente custo benefício, era coladinho em Notting Hill. E bem pertinho do Kensington Gardens e do Cafe Diana.

No dia seguinte fomos a chic Patisserie Valerie (o nome já dizia tudo...rs) devorar todas aquelas coisas maravilhosas proibidas pela minha querida nutróloga/dermato/guru Dra. Samantha...rs

foto de Val Ebide

 Antes de irmos pra Croácia, mais precisamente no aeroporto, almoçamos no Pret a Manger, uma espécie de Starbucks londrina que também se espalhou pelo mundo...é bem isso, uma Starbucks com mais opções salgadas.

Por fim, pra quem adora Selton Mello, como eu, seguem os trailers de alguns de seus filmes que merecem ser vistos, com especial destaque para Lisbela e o Prisioneiro que, pra mim, tem a melhor cena romântica de todo o Cinema de todos os tempos, protagonizada por ele...ao ver de dentro da cela Lisbela, seu amor, vestida de noiva para se casar com outro, sua dor é tão grande...e Selton nos faz sentir toda essa dor, só com o olhar...




Tinha que dizer isso no final do post...demorou pra eu me apaixonar por Londres...não foi como o Leléu (Selton) que logo se apaixonou pela Lisbela...quando eu cheguei chovia tanto e estava tão mais frio do que em New York, que me fez lembrar o clima de São Paulo (argh!) e quem me conhece, ainda que pouco, sabe que isso tira totalmente meu humor...mas de repente, quando dei por mim, já estava fall in love total pela cidade...e, quer saber, to até com uma saudadezinha....

2 comentários:

  1. Adorei o post, Va!!
    E Londres eh apaixonante, o duro eh encara-la depois do verao de NY :D
    Londres tem que ser degustada aos poucos... e na primavera, talvez.
    Beijos!

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  2. Adoro Londres. Bem mais que NY para meu gosto. Mas definitivamente não é paixão a primeira vista. Quanto menos para turismo e mais para "se jogar" for a viagem melhor. Lá pela quinta vez começa a ficar familiar (e surpreendente) como SP.

    Jean Charle é show. Nem te recomendei pq estava seguro que já tinha assistido. Além de tudo o q vc mencionou me toca particularmente o final, quando a Vivian, apesar de não gostar de Londres e querer voltar para o Brasil, sente um sentimento estranho ao voltar para seu povoado...
    Soa familiar?
    Lisbela e o prisioneiro já está na fila.
    Bjos

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